“onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado
por Satanás; estava com as feras, mas os anjos o serviam” – Mc.1:13).
Algo nos será revelado com muita força no período do deserto: a nossa
fraqueza. Perceberemos que toda força se foi, que toda convicção já não é tão
convicta assim e que as promessas parecerão estar perdidas em algum lugar do
passado. Satanás sabe disto, e por esta razão procurará empenhar-se com seus
servos para nos afastar do caminho do Senhor, nos propondo a desistir, nos
acusando, expondo diante de nós mesmos nossos próprios defeitos e pecados
cometidos, mentindo de que somos rejeitados por Deus. –“Se és filho de Deus, porque estás passando por isto? Será que és filho
de Deus mesmo? Deus te abandonou, te rejeitou! Tu estás nesta situação por que
a medida dos teus pecados te alcançou. Olha onde tuas boas intenções te levaram”!
– são algumas das falas que os demônios lançam sobre nós nesta hora: são as
feras do deserto.
Felizmente, o carinho de Deus abrange e alcança também este período
desértico e parte do Seu plano é nos levar a identificar e conhecer com nitidez
à Sua voz: “Depois
de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque
lhe reconhecem a voz; mas de nenhum modo seguirão o estranho, porque não
conhecem a voz dos estranhos”. João 10:4-5
E uma vez que reconheçamos a voz de nosso Senhor, nunca mais duvidaremos de Seu
amor por nós, seja no deserto, seja nos vales. Teremos convicção constante do
amor e cuidado de Deus, independentemente da circunstância que estivermos
atravessando.
Deus se revela como Única Fonte de
suprimento
O deserto é um lugar muito quente e desagradável para carne. Ao entrar
nele, tudo o que se deseja é o Oásis, o lugar de descanso. Lá descobriremos
novamente que nossa verdadeira e única fonte de descanso é o Senhor. Ficaremos
isolados de toda e qualquer possibilidade, e só teremos a opção de ir até Ele. E
de nossas necessidades extremas Deus gerará intimidade. Deste modo, Seu bom
coração nos será revelado.
Deixando pesos, trocando os valores, nos
esvaziando
Em primeiro lugar, vamos notar que entraremos no deserto com excesso
de volume. No entanto, logo descobriremos que os pesos e o deserto não combinam.
Não nos moveremos enquanto não deixarmos para trás esta bagagem pesada. Falta de
perdão, falta de pedir perdão e mistura são tipos de peso que vamos identificar
no deserto, e que iremos nos livrar. Assim, começaremos a pedir perdão ao
Senhor por valores errados e pensamentos incorretos que se arraigaram dentro de
nosso coração. Liberaremos perdão a qualquer pessoa que nos feriu, caso ainda
não tenhamos feito, e também nos reconciliaremos com quem precisávamos nos
reconciliar. Em segundo lugar, o brilho do mundo se apagará diante da glória de
Deus que encontraremos no deserto. Na cidade queremos mais e mais coisas e nosso
coração cobiça o tempo todo, comprando, adquirindo, sonhando. Mas no deserto,
perceberemos o valor daquilo que é fundamental. Na cidade qualquer comida e
bebida servem. No deserto, estaremos sedentos da água pura e cristalina. Estará
acontecendo o processo de esvaziamento. O Espírito Santo nos dará vitória sobre
nossas tentações e fraquezas, e sobre aquilo que nos dominava, bem como as cobiças
que vinham rondando nosso coração.
Deixaremos o supérfluo e nos
concentraremos em desejar apenas água e pão. Deus, e apenas Ele será suficiente.
Que diferença são os valores que enxergaremos no deserto em contraste com os
valores encontrados em nossa sociedade! Jesus disse: “Aquele que tem sede venha, e quem quiser,
receba de graça a água da vida” (Ap. 22:17).
Objetivo alcançado!
A intenção de Deus, muito longe de nos punir, é fortalecer e consolidar
a nossa comunhão com Ele, nos guiando por uma caminhada de maior confiança e fé
na Sua pessoa. O propósito de nossa salvação foi restaurar nossa comunhão (1Co.1.9). Portanto, Deus irá trabalhar ao longo de
nossa vida inteira para que cheguemos à plenitude dessa comunhão. E o deserto
está inserido no processo da santificação. Sabemos que ele não é um lugar
agradável e adequado para estar, mas ele produz temor. E sabemos que “a intimidade do
Senhor é para os que o temem, aos quais Ele dará a conhecer a Sua aliança” (Sl. 25:14).
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