quinta-feira, abril 02, 2015

A celebração da páscoa

     A páscoa, "pessach" em hebraico, passover em inglês, significa "passagem", e tem um significado bastante profundo para uma nação "terrena", e também para uma nação "espiritual": Israel e a igreja do Senhor Jesus Cristo.
     A páscoa fora celebrada pela primeira vez na noite anterior à libertação do jugo de escravidão do povo de Israel, imposto pelo povo egípcio (Ex.12). Neste dia, Deus realizou um tremendo milagre: simplesmente, levou Faraó egípcio a "pedir" que o povo israelita saísse das terras do Egito. E assim, diante de todo o povo egípcio, Israel saiu "pela porta da frente" para viver uma vida livre da tirania e da opressão, começando uma nova etapa, agora plantando e colhendo do seu próprio trabalho para si mesmo, e não mais para um opressor. O que "motivou" Faraó a liberar milhões de pessoas, foi uma poderosa ação de Deus que trouxe grande tristeza à nação egípcia: numa só madrugada, todos os primogênitos dos egípcios faleceram. Ao mesmo tempo, enquanto a tragédia estava por ser consumada, na terra de Gósen (região onde residiam os israelitas no Egito) havia uma nova e diferente celebração: famílias reunidas, com roupas de viagem, cajado nas mãos, um cordeiro assado a ser compartilhado, com tempero de ervas amargas. Era a páscoa do Senhor. Mas nada disso teria maior importância do que o "sinal" que Deus havia estabelecido para Seu povo colocar nas laterais e sobre a porta de casa: o sangue do próprio cordeiro que eles iriam comer. Esta era a marca que o anjo do Senhor veria ao passar diante da porta dos israelitas, e assim não eliminaria aos primogênitos daquela casa. A refeição era a prática memorial, mas o sangue era a marca espiritual, logo, a refeição não teria valor sem o derramamento do sangue.
     Mais ou menos 1400 anos depois, Israel está novamente numa posição desconfortável, vivendo sob a opressão do regime romano. Em meio à pobreza do povo, cuja situação é fruto de não ter obedecido aos mandamentos de Deus, eis que surge um profeta. Não um profeta qualquer, mas o filho do Deus vivo se faz carne! A Sua presença atrai a atenção de todo desesperançado, e também dos detentores do poder, que O vêem como uma ameaça a seus planos terrenos. 
     Mas Jesus é apresentado por seu primo João Batista como "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Ora, se Ele é Cordeiro, não é difícil imaginar o Seu destino: o derramamento do Seu sangue, a Sua morte.
     Assim, Jesus come a páscoa com Seus discípulos, e, introduz na páscoa uma nova prática: comer o pão e tomar o vinho em memória dele (Mt. 26:26). Assim como Deus estabelecera a páscoa na saída do Egito, Jesus estabelece a ceia antes da Sua crucificação. E assim como Deus libertou o povo de Israel da escravidão do Egito, Deus liberta ao homem e à mulher que se entregam a Ele através do reconhecimento do sacrifício de Jesus na cruz pelas suas vidas. Deus libertou Israel do Egito. Jesus liberta os homens da escravidão do pecado e de Satanás!
     Deste modo, queridos irmãos, a páscoa é um momento glorioso para o povo de Deus, pois não é apenas uma tradição simbólica, física, mas celebra um acontecimento espiritual único: a vitória da vida sobre a morte, da liberdade sobre a escravidão, da alegria sobre a tristeza. 
     Como Jesus quer que celebremos a páscoa? Com uma vida de estreita comunhão e amizade com Ele! Pois, quando Ele diz "em memória", não está querendo que recordemos apenas que um dia deu a vida por nós na cruz, mas que o Seu sacrifício hoje tem o mesmo valor, não perdendo o poder de transformar velhas vidas em novas!
     Tenhamos presente sempre em nossos corações a confiança de que o sacrifício de Jesus nos proporcionou ser aceitos para o Pai, e que Este nos vê escondidos na vida do Seu filho amado. Esta tremenda verdade espiritual faz com que tenhamos liberdade e acesso à Sua presença a qualquer hora, ao mesmo tempo que nos lembra que não estamos mais debaixo do jugo de opressão de Satanás (Cl.1:13), e nem do pecado.

Feliz páscoa!
Com amor,
S.

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